Continuando nosso estudo sobre a inquisição, vamos recordar que na edição passada foi explicado que a inquisição não nasceu na Igreja Católica e sim com os cristãos cátaros que devido o seu fanatismo religioso em apagar o pecado do mundo, começaram a matar todo aquele que fosse julgado pecador. Foi possível também perceber que na cultura da época era normal tal prática, nem a forca, nem a morte na fogueira nem a decapitação era algo que as pessoas condenavam, ao contrário, o povo aceitava e muitas vezes até desejavam a prática de tais atos. Aprendemos também que a Inquisição Católica surgiu em um contexto que muitas pessoas eram julgadas e condenadas à morte sem poder passar antes por um tribunal e dessa forma centenas de pessoas eram mortas sem poder ao menos se defender e com o surgimento do Tribunal da Santa Inquisição isso foi mudado pois concedia a pessoa o direito de poder se defender, e ao se arrepender do crime cometido, poderia alcançar o perdão e a única pena aplicada era a penitencia dada pelo sacerdote, isso constituiu um avanço enorme para a época; ao contrário do que muitos dizem, a Inquisição salvou muita gente de tal forma que as pessoas desejavam ser julgadas pela Inquisição como por exemplo os templários que apelaram para serem julgados pela Inquisição pois sabiam que se fossem julgados pelo tribunal civil seriam condenados a morte.
Depois dessa breve recordação vamos nos ater ao que realmente foi a inquisição, para tanto irei utilizar os dados do Simpósio Internacional sobre a Inquisição realizado em 1998 a mando do santo padre João Paulo II. O papa em questão queria pedir perdão pelos erros cometidos pelos filhos da Igreja, mas para pedir perdão era necessário saber o motivo real e o que realmente aconteceu na Inquisição, o Simpósio reuniu historiadores, teólogos e especialistas do mundo todo independente de seu credo ou religião, a conclusão que estes estudiosos chegaram foi de que há muitos erros e malícia contra a Igreja Católica no que diz respeito aos dados da inquisição, um dos maiores erros que cometem contra a Igreja é a afirmação mentirosa de que a Igreja mandou queimar milhares de mulheres acusadas de bruxaria na Espanha, isso além de ser uma grande mentira, é uma arma que os protestantes usam para condenar a Igreja Católica mesmo sem se informar se é uma verdade ou não. O fato é que houve realmente a condenação de mulheres acusadas de bruxaria, porém, os números de acusadas são bem diferentes dos apresentados nas universidades e escolas que não são compromissadas com a verdade. Para conhecermos os dados reais, vou relatar os dados do maior estudo realizado sobre o tema, o Simpósio L’INQUISIZIONE. Pois bem, o estudo apresenta que dos 125.000 processos julgados pela Inquisição espanhola, apenas 59 “bruxas” foram condenadas à morte. Na Itália foram 36 e em Portugal 4, oras, se somados estes dados, o número de condenações não chegam a 100, muito diferente do que erroneamente é pregado pelos adversários da Igreja. Por outro lado, a Inquisição protestante matou centenas de mulheres acusadas de bruxaria, o impressionante é que isso não é ensinado nas universidades!
Na Inquisição católica houve erros sim, e a Igreja não os esconde, ao contrário pede perdão por seus erros e admite que houve tempos em que a Igreja pressionada pelo estado perdeu um pouco a sua identidade, porém, como Jesus prometera, mesmo que as forças do inferno entrassem na Igreja, não prevaleceria contra ela (Mt 16,18s) e Cristo ainda prometeu à sua Igreja “eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo” (Mt 28, 20) houve erros sim, mas é injusto dizer que a Igreja foi o grande monstro da Idade média, ao contrário, a Igreja foi a grande salvadora de nossa cultura e de toda sociedade, principalmente aqui no ocidente, é o que afirma o grande historiador Daniel Rops em sua obra em 10 vol. Sobre a história da Igreja ganhador do maior premio da academia de letras da França.
Vale recordar que a Igreja não aplicava pena de morte, ela apenas dizia se uma pessoa era ou não herege e então o estado aplicava a pena. Muitos erros são cometidos e são encarados como verdade pelos inimigos da Igreja quando o assunto é a inquisição, os maiores são o caso de Galileu Galilei e do frei Católico Nicolau Copérnico. Muitas pessoas desinformadas, em especial nossos irmãos evangélicos protestantes, afirmam que a Igreja condenou à morte Galileu Galilei, isso não passa de uma mentira deslavada, Galileu nunca foi condenado pela Inquisição, ele era muito amigo do Papa, tinha livre acesso ao vaticano, e era muito católico e fiel à Igreja, morreu amparado por um sacerdote e recebendo todos os sacramentos. Os inimigos da Igreja, com a intenção de sujar a imagem dela dizem que Galileu foi condenado por defender o sistema heliocêntrico (teoria que defendia que era a terra que girava em torno do sol) o que não é verdade, a Igreja apenas proibiu que Galileu colocasse essa teoria (que para época não tinha base para ser comprovada) como verdade absoluta. O papa aceitava a teoria do heliocêntrismo desde que fosse colocada como hipótese e não como verdade absoluta. Os protestantes querem dar uma de santos e amigos da ciência, querem se dizer a favor de Galileu e acusam a Igreja de ter proibido Galileu de expor seus estudos, porém, na época de Galileu, nem mesmo os protestantes aceitavam a teoria do heliocêntrismo. O pastor Luterano Kohlreiff, de Ratzeburg, pregava dizendo que “a teoria do heliocêntrismo era uma abominável invenção do diabo”. Galileu acertou ao defender que a terra gira em torno do sol, mas errou ao tentar provar isso utilizando a sagrada escritura e por isso foi proibido de expor suas idéias.
Não é possível falar sobre a inquisição Católica e não falar da Inquisição protestante. Poucas pessoas sabem mas houve uma Inquisição por parte dos protestantes e o pior de tudo é que diferentemente da inquisição católica que era algo que surgiu para defender o cristianismo e a moral da época, a Inquisição protestantes foi fruto da maldade e cobiça dos pastores protestantes da época. A Inquisição protestante foi muito pior que a Católica pois surgiu com o intuito de perseguir e matar todos aqueles que discordassem das doutrinas pregadas pelos pastores evangélicos. Em seu livro: “Uma breve história do mundo” o Prof. da Universidade de Harvard e da Universidade de Melbourne, Dr. Geoffrey Blainey escreve que Martinho Lutero dizia: “Não vejo nenhuma razão para ser mais caridoso com os falsos irmãos do que com os inimigos de Roma (Igreja católica)” e dessa forma incitaram aos fiéis protestantes a matarem centenas de Católicos que rejeitavam a adesão ao protestantismo, o mesmo historiador relata que dezenas de padres foram mortos e queimados vivos.
Muitas atrocidades foram cometidas nas inquisições dos evangélicos protestantes, muitos pastores sabem disso mas preferem esconder essa mancha na história do protestantismo, ao contrário, nós católicos não temos medo do passado e encaramos os erros tendo a hombridade de pedir perdão pelos erros dos filhos da Igreja, isso foi o que fez nosso amado papa João Paulo II. Temos que amar nossa Santa Igreja, confiar na sua doutrina e acima de tudo temos que ser fiel ao papa grande homem e sucessor direto de são Pedro que guarda as chaves do céu (Mt 16,18-22).
(Clecio Francisco Gonçalves)