terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Celibato, escolha de amor.

Muitas pessoas, em especial nossos irmãos protestantes e também alguns católicos, criticam o fato de que a Igreja Católica ordena apenas sacerdotes celibatários. Porém, é preciso esclarecer algo que estes críticos deveriam entender antes de saírem acusando o que não conhecem muito bem.
Em primeiro lugar, é preciso que as pessoas saibam que o celibato não é solteirice; o padre celibatário encontra no celibato uma forma de amar, ou seja, o sacerdote celibatário é uma pessoa que ama, mas sem possuir; ele não é dono de ninguém, seu amor é mais amplo, não se restringe a apenas uma pessoa. O amor e o sacerdócio estão intimamente ligados na sua própria natureza.
Para combater as críticas que fazem à Igreja a respeito da proibição do matrimônio exigida aos padres é preciso esclarecer que o celibato é uma realidade bíblica. Muitos não são capazes de entender porque algumas pessoas consagram sua sexualidade a Deus. Isso porque a sociedade em que vivemos faz do sexo algo extremamente necessário, algo com o qual não saberiam viver. Longe de ser apenas uma disciplina da Igreja, o celibato é um dom de Deus, um carisma, caso contrário seria algo sem valor.
O sacerdote celibatário é sinal de Cristo celibatário, os apóstolos deixaram tudo para seguir Jesus e somente quem vive a vida que os apóstolos viveram é que se podem dizer verdadeiramente sucessores dos apóstolos. Em Mateus 19,29 e Lucas 18,29-30, quando Jesus fala de deixar pai, mãe, mulher, campos casas e etc., Ele não está falando para uma ordem religiosa ou todos os seus discípulos, estas frases de Jesus (de deixar tudo para segui-lo) significa um convite mais especial, uma forma de segui-lo mais radicalmente feito a algumas pessoas em especial, de forma que existem formas diferentes de segui-Lo.
A bíblia nos diz: "Todo aquele que tiver deixado casa, irmãos ou irmãs, pai ou mãe, mulher ou filhos, ou terras, por amor de meu nome, receberá o cêntuplo e a vida eterna" (Mt 19, 29). Em S. Lucas diz: "Na verdade vos digo, que não há quem deixe, pelo reino de Deus, casa, pais, irmãos ou mulher que não receberá... a vida eterna" (Lc 18, 29-30)
O próprio Pedro diz "Eis que nós deixamos tudo e te seguimos" (Lc 18, 28). Nossos irmãos protestantes dizem que o celibato não é uma obrigação imposta por Deus e por isso é bobagem seguir essa doutrina meramente humana. De fato o celibato não é uma imposição feita por Deus, mas não é uma doutrina meramente humana, antes é um conselho de Nosso Senhor transformado em preceito pela Igreja Católica. Não tem como negar que S. Paulo deixa claro que quem casa faz bem e quem não casa faz melhor (1 Cor 7, 8-40). O Padre, portanto, escolhe para si o estado de vida mais perfeito, de acordo com sua vocação religiosa e seguindo o exemplo de Nosso Senhor e seus Apóstolos. Nosso Senhor era virgem, vivia a pureza perfeita. O sacerdote católico, que é o seu ministro, procura, da melhor maneira possível, imitar o seu modelo divino, que disse: "Eu vos darei o exemplo para que façais como eu fiz" (Jo 13, 15). E São Paulo acrescenta: "Sede os imitadores de Deus como filhos queridos" (Ef 5, 1). Um escolhido para ser o "pastor" do "Povo de Deus" deve procurar, em tudo, o que aconselhou Nosso Senhor (Mt 19, 10 - 20 e 29) e seu seguidor S. Paulo (1 Coríntios 7, 7-38). Vários outros textos deixam claro que os sacerdotes devem ser imitadores de Cristo e dos apóstolos e para isso devem viver também a vida que eles viveram.
A argumentação protestante contra o celibato do sacerdote se encontra em um texto de São Paulo a Timóteo que diz: "Se alguém deseja o episcopado, deseja uma boa obra. Importa que o bispo seja irrepreensível, esposo de uma só mulher, sóbrio, prudente, conciliador, modesto, hospitaleiro, capaz de ensinar" (1 Tim 3, 1-2). Essa é uma argumentação sem fundamento, pois esta passagem não diz que o Bispo seja obrigatoriamente casado e sim que se for casado, seja apenas com uma mulher, porém, em nenhuma parte da biblia diz que este Bispo viveria o matrimonio, pois conforme vemos nos apostolos, mesmo os casados deixavam de viver o matrimônio e passavam a viver o celibato. Várias pesquisas históricas e vários livros, sobretudo os escritos pelo Cardeal Alfons Maria Stickler, canonista, pesquisador do vaticano, em que o Cardeal argumenta que o celibato é uma realidade que vem desde os apóstolos e foi o oriente que, ao ordenar homens casados e permitirem que eles vivessem o matrimônio, deixou a tradição apostólica, pois até o Concílio de Florença, no século XV, a Igreja sempre ordenou homens casados mas, ao se tornarem sacerdotes, o padre deveria deixar de viver o matrimônio e passar a viver o celibato. E essa era uma norma pastoral aplicada desde o Concílio de Elvira, na Espanha, no século III que proclamou que o sacerdote, quando ordenado casado, deveria viver o celibato ou seria convidado a deixar o ministério.
É espantoso o fato dos protestantes não aceitarem o celibato sacerdotal, até mesmo Mahatma Gandhi que é Hindu afirma que “a riqueza da Igreja está no celibato dos padres”. Ora, Ninguém é obrigado a ser padre, mas, ao assumir esta função, deve conformar-se com as decisões da Igreja de Cristo, pois "quem vos escuta, escuta a mim e quem vos despreza, despreza a mim" (Lc 10, 16).
Devemos amar nossa Igreja, Una, Santa, Católica e Apostólica, pois ela é verdadeiramente a Igreja de Cristo e sua doutrina é divina e seus ensinamentos são dignos de confiança.
Clécio Francisco Gonçalves

Nenhum comentário:

Postar um comentário