terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Um gesto vale por mil palavras?

Depende da cultura. O gesto, assim como a palavra, é a exteriorização de uma ideia. Nós utilizamos esses recursos, dentre outros, quando queremos que outra pessoa nos entenda. Assim, de maneira simples, é estabelecida a comunicação entre as pessoas. Num mundo cada vez mais globalizado, pouco se comenta as diferenças culturais dos gestos. Ou você imaginava que a diferença entre os costumes se faz apenas no idioma, culinária e vestimenta?
Principalmente num país como o Brasil, onde se observa o fenômeno da imigração como em poucas nações do mundo, corremos o risco de nos depararmos com um grego, por exemplo, e, ao gesticularmos “não” com a cabeça, ele entenda exatamente o contrário. É isso mesmo! A diferença de cultura dos gestos pode chegar ao extremo de em alguns países, o “não”, feito com a cabeça, signifique “sim”. Além da Grécia, reagem desta maneira os habitantes da Bulgária, Irã e Turquia.
Outra diferença de gesto é observada na famosa figa. Com uso decaído nos dias atuais, já foi muito utilizado pelos nossos avós para representar algo auspicioso, de boa sorte; mas na Croácia, por exemplo, significa o inverso, algo sem valor ou de um não; na Turquia e Grécia tem um significado obsceno, enquanto que na Tunísia e na Holanda significa o órgão sexual masculino.
Se na Argentina, por sua vez, alguém movimentar o dedo indicador esticado em círculos na região das têmporas em sua direção, não se ofenda, pensando estar sendo chamado de maluco, pirado ou doido. Esse cidadão apenas diz que quer falar com você. O mesmo gesto feito por um alemão significa que alguém fez barbeiragem no trânsito.
Outra gritante diferença está no famoso e muito utilizado nos dias de hoje chifre. É isso mesmo, o chifrinho. É muito raro encontrar alguém que nunca fez esse gesto em um amigo se preparando para a fotografia. Esse mesmo gesto, no Brasil e na Itália, também demonstra, rudemente, que o marido está sendo traído pela mulher. Já na Venezuela indica conquista, sorte, futuro promissor. Na região do Texas, Estados Unidos, fazer isso equivale a prestar solidariedade ao seu time. Imaginem só isso no Brasil!
É por tudo isso que o gesto precisa ser observado e entendido sempre dentro de um contexto maior, que inclui o seu significado específico em si, as palavras, o conteúdo da mensagem, as circunstâncias e os outros gestos que participaram do processo de comunicação. Assim não correremos a risco de cair na máxima, repetida em décadas passadas: quem não se comunica, se trumbica!
(Renato Rosa)

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