quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Campanha da Fraternidade 2010

A Campanha da Fraternidade inicia-se na quarta-feira de cinzas, dia 17 de fevereiro, e neste ano tem como tema “Economia e Vida” e como lema “Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro”, retirado do Evangelho de Mateus 6,24.
Sob a responsabilidade do Conic (Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil), a Campanha da Fraternidade de 2010 será ecumênica e estará aberta à participação de todas as denominações cristãs. Esta é a terceira vez que a Campanha da Fraternidade é ecumênica, as outras foram em 2000 com o tema “Dignidade Humana e Paz” e lema “Novo Milênio sem Exclusões”, e em 2005, que teve como tema “solidariedade e paz” e como lema “felizes os que promovem a paz”.
O objetivo geral da Campanha é Colaborar na promoção de uma economia a serviço da vida, fundamentada no ideal da cultura da paz, a partir do esforço conjunto das Igrejas Cristãs e de pessoas de boa vontade, para que todos contribuam na construção do bem comum em vista de uma sociedade sem exclusão. A Campanha vai nos ajudar a reconhecer nossa omissão diante das injustiças que causam exclusão social e miséria. Hoje precisamos combinar eficiência econômica, justiça social e prudência ecológica, percebendo a relação e a importância do meio ambiente nas atividades de desenvolvimento econômico, social e cultural.
O Texto-Base da Campanha insiste que a economia existe para a pessoa e para o bem comum da sociedade, não a pessoa para a economia. O lema da Campanha, a afirmação de Jesus registrada no Evangelho de Mateus: "Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro" (Mt 6,24) nos propõe uma escolha entre os valores do plano de Deus e a rendição diante do dinheiro, visto como valor absoluto dirigindo a vida (Texto-base, p.47). O dinheiro, embora necessário, não pode ser o supremo valor dos nossos atos nem o critério absoluto das decisões dos indivíduos e dos governos. O dinheiro "deve ser usado para servir ao bem comum das pessoas, na partilha e na solidariedade". Toda a vida econômica deveria ser orientada por princípios éticos. A medida fundamental para qualquer economia é um sistema que crie reais condições de segurança e oportunidades de desenvolvimento da vida de todas as pessoas, a partir dos mais pobres e vulneráveis. O capitalismo selvagem trabalha no sentido oposto. Não se importa com a destruição da natureza ou com o fato de que está tornando sistêmica a miséria de milhões de famílias.
“Vocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro” (Mt 6,24). Com esta frase em destaque, a Campanha da Fraternidade representa o desafio de uma escolha cotidiana em nossa vida. O fundo escuro do cartaz, evoca a penumbra de um tempo onde, no recolhimento da oração, as mãos em atitude de súplica diante de uma vela feita não de cera, mas de dinheiro, revelam o drama do ser humano que precisa de bens materiais para satisfazer suas necessidades, mas que pode também se tornar escravo da ganância. Aquelas mãos suplicantes dirigem uma prece a Deus, ou ao Dinheiro como se fosse Deus? É a luz de Deus que ilumina ou é o cintilar do ouro que atrai? O dinheiro é necessário no mundo dominado pelo mercado, onde tudo se compra e se vende. Precisa-se de dinheiro para comprar alimentos, roupa, para cuidar da saúde, para pagar o colégio, para adquirir a moradia e custear o lazer. O cintilar do ouro e das moedas, porém, se mistura facilmente com a ambição e o desamor. Você pode se tornar escravo dos bens materiais e depositar neles a sua segurança. Você pode viver acumulando dinheiro e propriedades como se deles dependesse a sua vida. Você não pensa que seus bens podem ser supérfluos e suas necessidades podem ser imaginárias, induzidas pela propaganda, pela moda, pelas promoções de fim de semana. Você também acaba esquecendo que há crianças abandonadas, pobres morando nas ruas, pessoas famintas e doentes, e fica cuidando do seu dinheiro como se fosse Deus, fechando os olhos sobre as necessidades do próximo. A Campanha da Fraternidade convida você a se libertar da dependência dos bens materiais, a pôr a sua confiança bem Deus; a fugir da ganância e do egoísmo, a cultivar sentimentos de fraternidade. E, principalmente, a contribuir com o seu trabalho e os seus bens, para a construção de um mundo mais justo e solidário.
(Alini R. Mantovani)

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